MATEUS 7:2 - A MEDIDA

 O menino estava radiante com o cheiro do doce da banana. Dava uma volta de bicicleta no quintal e voltava à cozinha para olhar a panela que borbulhava exalando um cheiro de dar água na boca. Quanto ficou pronto sua mãe despejou em uma grande tigela que colocou sobre o balcão da cozinha. Ele chegou bem perto e quase encostou o nariz no doce, merecendo uma bronca da mamãe que mandou que ele fosse até o armário e pegasse uma vasilha para que colocasse um pouco de doce para levar para a vovó. O menino ficou pálido com a possibilidade de dividir a guloseima com alguém. Correu até o armário e procurou uma vasilha bem pequena. Pegou uma e pensou consigo mesmo " esta está boa, vovó está velhinha e não pode mesmo comer muito doce.". Carregando o pote numa pequena sacola, dirigiu-se à casa da vovó. Sabe como é casa da avó, foi entrando alegre dizendo que havia trazido uma coisa muuuito gostosa. A vovó estava mexendo uma panela no fogão e o cheiro enchia a casa. O menino parou, fungou e perguntou " vovó, isso é doce de leite?". Ela respondeu, sim, e piscou um olho para ele. Ela sabia que esse era o doce que ele mais gostava. Ele ficou alucinado, olhando o doce que já no ponto era despejado numa tigela. A vovó então lhe pediu que pegasse um pote no armário. Ele foi até lá e escolheu o maior que havia. Ela então, pegou o doce de banana que ele levara, despejou no grande pote que ele havia pego, lavou cuidadosamente o pote, e nele colocou uma pequena porção de doce de leite, o quanto coube, e devolveu-lhe para que o levasse para comer em casa. O menino, a contragosto deixou a casa da vovó levando a pequena porção do doce que mais gostava a lamentar o pequeno tamanho do pote que levara com doce de banana para a vovó. Pois bem, deixo essa história, que pode ser apenas uma história, e deixo também um texto sagrado para que pensemos nesta manhã " ... com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós e tudo que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós!" . Portanto sejamos mais pacientes e perdoadores, oferendo um pouco mais o melhor que pudermos, num pote bem grande cheinho de graça e perdão. mat. 7:2.Bom dia.

FAMILIA EM CRISE- ALIENAÇÃO PARENTAL

 Então o casal se separa contra a vontade de um deles. A incapacidade de aceitar o fim do relacionamento leva um dos genitores ou até mesmos avós a encampar uma campanha difamatória junto ao filho. O objetivo é afastar o filho do pai ou da mãe. Tal prática é abominável pois produz danos psicológicos graves no filho que se vê entre os pais como um animalzinho

Indefeso entre duas paredes que vão se movendo em sua direção. Muito triste isso. Também é comum a criança ser feita de moeda de troca. Quando o guardião deseja alguma coisa e é frustrado, imediatamente cria uma série de dificuldades para que o outro genitor não exerça seu direito de convivência com o filho. Todos perdem pois os problemas se agravam sobremaneira. Além disso a criança poderá crescer com uma falsa impressão de seus pais levando-a a ter um falso e maléfico exemplo a seguir. Não é incomum ouvir pais dizendo que fazem e acontecem porque seus pais fizeram o mesmo. Tirar o direito da criança de conviver com os familiares do outro genitor e plantar falsos conceitos em seu coração configura abuso moral contra ela e gera insegurança e revolta que ela poderá levar por toda vida. É preciso lidar com a separação com maturidade. Acabou? Acabou. Respirar fundo e vida que segue. Pagou pensão? Ótimo! Não pagou, ação de alimentos nele ou nela. Pagou? ótimo! Não pagou pede a prisão dele ou dela. Mas não esquece que está mandando prender o pai ou mãe do próprio filho. Bom lembrar, para ter certeza e ficar preparado para o que vem depois de uma briga dessa monta. É isso! Tenho dito! Neste passo, lembro de uma frase que ouvi de uma senhora muito querida, mãe de muitos filhos e que viveu muitas décadas com o mesmo marido, até que ele partisse desta vida:“ casou bem, meus parabéns, casou mal, aguenta com o pau.”

UMA HISTÓRIA

 Quando meu filho mais moço completou 14 anos, fomos a uma perfumaria e compramos um presente para meu avô Odino. Quando chegamos lá, entregamos o presente e dissemos a ele que era aniversário do menino, mas que o presente seria dele. Sentamos na beira de sua cama e contamos para ele que o menino tinha um sonho de uma carreira. Ele se levantou e lentamente caminhou até o armário. Voltou com um pequeno vidro de óleo. Mandou que o menino se ajoelhasse no meio do quarto, derramou o óleo sobre sua cabeça e orou entregando aquele sonho a Deus. Não esqueço aquele dia pois foi um marco em nossa vida. Um menino ajoelhou e outro se levantou. Nos dias que se seguiram ele começou a ler alguns livros que tínhamos em casa, dentre eles, Vidas Secas, de Graciliano Ramos, O triste fim de Policarpo Quaresma de Lima Barreto, O Cortiço de Aluisio de Azevedo, A Moreninha de Joaquim Manoel de Macedo, muitas coisas de Machado de Assis. Seguiram outros como O Poderoso Chefão de Mario Puzo, 1984 de George Orwell, O Mundo de Sofia de Jostein Gaarder, a Sombra do Vento do espanhol Carlos Ruiz Zafon, Cem anos de Solidão do colombiano e maravilhoso Gabriel Garcia Marques, uma lista enorme de Philip Yansey, JK, e sinceramente, minha lembrança vai longe mas é muita coisa. Quanto ele terminou o Mundo de Sofia, entrou em meu quarto sem bater balançando o livro, com os olhos vermelhos disse “Mãe, mãe, não é possível, não pode ter terminado...” eu ri e disse que tinha avisado e que era para ele se preparar.

Um dia lí para ele um poema de Augusto dos Anjos, imediatamente ele adquiriu o livro e em uma noite leu todo e decorou Versos Íntimos, que fez questão de declamar para mim no dia seguinte “ Ninguém assistiu ao formidável enterro da sua última quimera...”. Quando ele terminou a leitura de 1984, chegou cabisbaixo e disse que todas as pessoas deveriam ler aquele livro. Quando Leu O Poderoso Chefão ficamos dias discutindo o assunto. Quando leu Chatô o Rei o Brasil e JK também. Assim, entre um livro e outro ele terminou o ensino médio. Perdemos o primeiro vestibular para as Federais. Enxuguei nossas lágrimas vez que não havia tempo para choro e nos levantamos para nova batalha. Naquele ano ele se mudou para São João de Meriti para uma temporada com a avó paterna. Cursou um pré-vestibular e em janeiro do ano seguinte estava matriculado na Faculdade de Direito da UFF. O sonho estava acontecendo. Quatro anos depois ele se sentou na minha cama e disse, mãe, quero cursar a Escola da Magistratura. O curso preparatório para a prova custa três mil Reais. Eu olhei para ele e disse: Estuda em casa para passar, não podemos pagar esse curso agora. Ele ficou quieto e temeroso pois as vagas são muito concorridas por pessoas de todo Brasil . Em dezembro daquele mesmo ano ele estava matriculado na Escola da Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Três anos se passaram e eu estava sentada num salão de veludo no meio de muita gente arrumada e ele estava lá em cima com um chapéu preto na cabeça, recebendo um diploma de especialista em Direito Público e Privado. O sonho estava seguindo em frente. Alguns dias depois ele estava tomando posse no cargo de Juiz Leigo, concurso que fizera um pouco antes, que tem período de atuação por quatro anos. O Sonho estava seguindo.

Ele continua estudando como louco. Sobre sua mesa são centenas de anotações, em seu quadro de aviso, outras centenas. O Sonho continua... não sei quando ele vai se concretizar, nem sei se vai de fato ser como ele sonhou. Mas o que já vivemos já foi suficiente para entender que Deus age em nossa vida para que possamos alcançar nossos sonhos. Por isso digo aos adolescentes e jovens, especialmente aqueles que são ou foram meus alunos: entreguem seus sonhos a Deus e peguem a sua parte no processo e lutem com todas as suas forças. L utem contra a preguiça, o desânimo, lute contra as pessoas que vão dizer que estudo não vale de nada, lute contra os amigos que vão chamar você para badalar. Lembrem-se que depois vocês vão badalar com seu próprio dinheiro e em seu próprio carro. Comam a literatura brasileira, a estrangeira. Leiam livros cristãos, leiam e a Bíblia. Alimentem-se de coisas sãs. Os seus sonhos seguirão vocês e vocês alcançarão lugares altos que nunca imaginaram. Vão! Sejam benção na terra!

ROSILANE DOS SANTOS MIRANDA – É mãe de dois homens, avó e professora formada na Faculdade de Filosofia e Letras de Macaé, é também servidora da justiça aposentada, advogada formada na Faculdade de Direito de Campos e atualmente, está concluindo o segundo ano de Teologia no Seminário Batista Fluminense no Campus de Casimiro de Abreu que funciona na PIB.

NÃO DURMA NA JANELA

 Mais um ano se passou. Este último, atípico em meus 55 anos de vida. Ontem fui comprar uma gargantilha para dar um presente e ao experimenta-la, ao espelho me deparei com uma senhora que quase não conheci. Face entrecortada por marcas da vida, pele cansada pelos impactos das emoções vividas, olhos impassíveis e aparentemente fortes que assistem impávidos, porém serenos os acontecimentos da vida. Olhos do tipo que não se assustam, não se apavoram, não se abalam. Sim era eu, 35 anos depois dos vinte. Meu filho mais moço estava completando 28 anos. Pensei em mim aos 28 com um filho agarrado na cintura com seis anos e o outro no colo. A noite comemoramos junto aos amigos próximos o aniversário do menino. Enquanto ele conversava com os amigos, de longe eu pensava num jovem que viveu há cerca de dois mil anos. Um jovem engajado no movimento social e religiosos da época. Um jovem curioso que ouviu falar sobre um homem que falava coisas importantes e foi ter com ele. Porém esse jovem não teve agilidade para entrar na casa e subiu até a janela que era bem alta e dali assistiu a palestra. Porém, como demorasse o discurso o jovem adormeceu e, como é o Direito, a vida também não socorre os que dormem, ele caiu e foi a óbito. Teve a sorte mudada pelas mãos graciosas do Apóstolo Paulo que pediu a Deus que lhe devolvesse a vida e este o atendeu para a alegria de todos que ali estavam naquela noite e persistiram até o fim da palestra. Pensei no tempo de vida que gastamos dormindo, 1/3. Dormimos um terço da vida, tenho 55 anos, isso significa que dormi cerca de 18 anos e meio. Pensei naqueles que dormem na janela . Não são fortes e corajosos o suficiente para entrar na reunião e assistem aqueles que estão nela pela janela da vida. É preciso sonhar mas é proibido dormir na janela da vida. A juventude voa com asas vigorosas e um dia você olha no espelho e não se encontra mais. Acorda assustado e descobre que dormiu grande parte da vida. Procura por um futuro que passou e se vê sem direção. Não dormir, não ficar na janela, partir para dentro, sonhar e fazer todas as coisas ao alcance para conquistar seu sonho. O que você quer? Meu filho quis ser advogado, ele colocou toda vida nisso e ainda quer ser mais, digo a ele: não durma na janela, desça e vá , estuda, dedique-se, invista, evite atalhos, jogue fora os excessos que tornam pesada a vida e siga. Digo aos jovens em geral, o que você quer? ser médico, engenheiro, advogado, fisioterapeuta? comece ontem, leia, estude, perquira, procure um curso on line, consiga a vaga na faculdade, seja o melhor em tudo que fizer, seja íntegro em tudo, você vai conseguir. Quer ter um caminhão? Economize, procure estar próximo de pessoas que conhecem isso, procura emprego nessa área corra na direção do seu caminhão! Você quer ser o chefe? Seja o melhor funcionário, seja simpático, competente e faça sempre mais do que lhe é pedido. chegue cedo, saia mais tarde. Seja honesto, fale pouco, ouça sempre, não se ire facilmente. Não durma na janela da vida! Nossa vida é como um conto ligeiro, faça ter sentido, faça valer a pena! ( Boa parte desta reflexão está baseada em conselhos bíblicos ensinados nos Provérbios de Salomão, portanto ao Senhor todo crédito).