sábado, 25 de fevereiro de 2023

Costurando...

 

Acordei tarde para pedalar, mas era cedo para outras coisas. Então resolvi pegar o saco de roupas que estavam aguardando reparos. Um bolso furado, um vestido descosturado, um botão caído, uma bainha solta, essas coisas. Pequei a máquina e comecei a acertar a linha.Me perguntei como eu sabia fazer aquilo. pensei que seria bom se Helena estivesse aqui para aprender a usar a máquina. Pensei em como as meninas são criadas hoje. Muitas acham que as atividades do lar são uma ofensa. Que tolice! Eu criei dois filhos, conquistei três graduações e trabalhei por 38 anos, em diversos lugares, às vezes concomitantes, aprendi a cozinhas, faxinar, pintar tecido, pintar tela, bordar, fazer crochê, fazer tapetes e, consertar roupa descosturara. Sem contar que preciso ler diariamente ao menos uma hora para não perder a lucidez humana. Não me sinto em nada pior que uma executiva que nunca lavou suas calcinhas. Mas deixa isso pra lá que isso vai ofender alguma feminista de plantão. Lembrei de que aos 11 ou 12 anos frequentei as VOLUNTÁRIAS, um grupo de mulheres católicas que prestavam serviço comunitário voluntariamente. Lembrei de Leonice e D. Arinda, e se não me falha a memória, coordenavam o lugar que funcionava numa velha casa ali na beira da linha. Meu coração ficou tão apertado de me ver ainda magrela e pálida em pé ao lado da longa mesa tentando entender como elas cortavam aquele papel que depois virava molde e virava roupa. Infância… coisa que quase não existe mais… Não consegui aprender a fazer roupa, afinal, cada um tem seus dons, mas de alguma forma aprendi a manusear a máquina de costura e a fazer croché. Deixo meu muito obrigada àquelas mulheres todas que se davam com tanto carinho e que plantaram essa lembrança no meu coração.
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Manhã de sol

 Abri os olhos assustada, olhei pela janela e vi que o horizonte se avermelhava. Ela está chegando. A Aurora caminhava rapidamente rumo ao novo dia que nascia. Escovei os dentes e prendi o cabelo, espalhei protetor solar no rosto sonolento e desci para passar um café. A aurora, como as mães pela manhã, ralhava com o sol que acordou desanimado e havia se embolado num edredom de nuvens. Ele se levantou reclamando. Eu já estava saindo a pedalar com as pernas ainda pesadas. Adiante, mais animada, colhia os sons da orquestra a minha volta. Cantos e pios de todo tipo saudavam o amanhecer. Barulho das águas correndo, grilos, pássaros… pensei nos sons que ouvia pios e cantos de todo tipo : como descrever isso? Não encontrei uma só letra em nosso alfabeto que pudesse escrever tais sons. O barulho dos pneus cortando a areia, de galhos quebrando, de pedras correndo… que letras? Não é Possivel escrever, algumas mensagens só podem ser ouvidas, sentidas. Eles ainda cantam e para cada um que passa, há uma canção. A natureza conversa num idioma inaudível ao homem mau. Mas no meu coração sempre fica uma mensagem: alguém escreveu essa sinfonia e se deleita ao reger todos esses músicos para uma plateia tão simples como eu. Grata ao Regente Maior, parei para beber uma água e escrever estas letras. Bom dia!

Pode ser uma imagem de bicicleta e ao ar livre
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A GRANDE REVOLUÇÃO

  Jesus convocou o mundo para o maior desafio já visto: ama o teu próximo… eu sempre digo: dura coisas nos pediste. Pedir para amar é pedir...