quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

LARES EM DESESPERO

                                                 
Cheguei mais tarde do trabalho. A rotina hoje foi doída, literalmente. Realizaram-se diversas audiência. Muitas delas relativas a divórcio. Não consigo me acostumar com esse assunto. Após quase vinte anos ainda me emociono e choro no coração quando participo dessas sessões. É como assistir a uma Sessão de tortura. Alguns homens com o semblante distorcido expressam das mais diversas maneiras sua indignação quando suas mulheres os abandonam. Mulheres abandonadas, feridas, em carne viva por terem seus lares desfeitos depois de 20, 30 anos de convivência, onde os homens simplesmente, vão embora. Olhos esbugalhados e avermelhados, represando lágrimas que insistem em saltar. Mãos trêmulas que seguram insistentemente a ponta de um papel, dedos inquietos lutando uns com os outros, na tentativa de esconder o desespero. Ela olha para ele. Ele olha para o nada. Ele olha para ela, ela olha para cima. Discute-se quem fica com a panela em quem fica com a tampa, numa tentativa infrutífera e se vingar, de qualquer forma, da dor causado pelo outro. O lar em desespero... Essa é uma realidade cada dia mais presente. E os filhos? Esses são moídos nessa máquina de triturar ódio. A Justiça não tem como resolver o problema da dor. Faz-se a partilha, regulariza-se a visitação, decreta-se o divórcio. E eles se vão. Levando uma carroça cheia de amargura, que sai lançando por todo lado seu dissabor. Que Deus tenha misericórdia das familias da terra. E que as pessoas sejam mais companheiras. Amem suas familias mais que a si mesmas e lutem por ela. E não se separem por motívos tão fúteis e enganosos causando, na vida de todos, estrias irreparáveis e de consequências tão nefastas. Boa noite gente!

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