domingo, 7 de setembro de 2014

Casimiro de Abreu da minha alma




Será que alguém vai ler isto? Acho que vale a pena.
Nesta manhã,  enquanto caminhava,  mergulhada em pensamentos, olhava para esta cidade. Como mudou . Antes eu ia e vinha. Agora eu vou, mas não volto mais pelo mesmo caminho pois é contramão. Antes eu parava o carro para um papinho rápido, agora não mais, pois imediatamente alguém se aproxima e me toca dali, ou então me aplica uma multa .
Certo, o progresso, ou a iminência dele, tem seu preço.
Continuei. Algumas pessoas passaram voltando da caminhada. Suadas, cansadas , ofegantes.
Pensei nas pessoas que vi desde criança. Pessoas que trabalharam e construíram Casimiro de Abreu. Algumas lembranças emergiram...
Dona Arinda, fazia doces, criava Zeca, Paulo Jorge, Teresa... essa turma está aqui, pessoalmente ou por seus filhos e netos fazendo diferença.
Maria Luiza e Leonice faziam maravilhosas roupas. A segunda fazia bolo de casamento, se não me engano.
Dona Maria do Carmo, era a grande diretora do Estadual, seguida por D. Janete e D. Marlene.
Manequinho,  Chico Miguel, e seu Bragança,  importantes comerciantes locais.
E a loja do Paulinho, que era pequenininha e tinha tudo,  tudo mesmo, que a gente precisava.
Janete Marinho, nos triturando com a matemática...
Celio Sarzedas o prefeito que eu via todo mundo votar...
Oduvaldo Gonçalves, ensinou química e física e enlouquecia os alunos exigindo uniformes com meias impecáveis.
Seu Hermíndio Pinto, com seu mercadinho, vendendo fiado para todo mundo.
Seu Nerito, com seu restaurante, bolinho de arroz e manuê da D. Alzerina, até hoje ninguém conseguiu fazer igual, nem Josué.
Eliete dando aulas de Português e Literatura, que isso! Só de lembrar aperta o peito.
Sarita, a mendiga que roubou minha boneca.
E Afonso que tinha um pé enorme.
E Estelita que vendia laranjas na praça e depois virou fotógrafa . E Ary , o fotógrafo.
E a televisão que ficava na praça,  em frente à padaria, e era ligada às seis para o povo ver as novelas.
E seu Moreira com o pão sempre pronto e a fumaça saindo da chaminé.
É, um pouco antes, a farmácia do Pastor Luiz Laurentino.
As festas maravilhosas de Edmeia e Elenir.
E seu Lucio André cuidando da saúde do povo.
O armazém de Ubiratan Gomes da Silva, seu Zizinho, que dava as boas vindas a quem chegava na cidade, hoje há uma pastelaria no local.
E seu Pessoinha, com a serraria, local onde a cidade terminava e se iniciava a zona rural.
E a professora Elida Passos chegando, ainda menina, para lecionar.
E meu tio querido, Elizeu Miranda, com seu violão, cantando e declamando poesias pelas ruas de madrugada .
E meu avô Odino chegando em casa, cansado, depois de uma longo dia visitando igrejas. Mariolas no bolso para alegrar a neta.
E Edmar EMP, com muitos carros, caminhões gerando empregos para tanta gente.
E Zilmar Costa, uma mistura de político, policial, amigo e austeridade, sempre às voltas como oposição...
E seu Nilton Macabú com sua farmácia, que lá está, dizendo que os homens vão e suas obras ficam.
E D. Hosana, com tantos filhos advogados e uma filha, Nailza, que foi minha professora juntamente com sua prima Eliane.
Cada coisa no seu tempo...
E ... cheguei em casa... as lembranças voltaram para o fundo da alma onde compõe aquilo que hoje sou.
Que a cidade cresça, mas não se esqueça de respeitar e valorizar aqueles que vieram antes e com seu trabalho fizeram estacas que firmam esta cidade e dão a ela uma história linda de se contar.

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