Eles cresceram como qualquer criança e tinham amigos na rua. Eles brigavam muitas vezes. Chegando em casa com a roupa rasgada o pai olhava apavorado prometendo uma sova se eles continuassem tão briguentos. Aquele era seu pai. Eles entendiam que havia acontecido uma tragédia. Eles o viram por décadas cortando madeira, batendo martelo e fazendo viagens longas para levar seu recado a todos os lugares. Eles assistiram as pessoas rirem e desdenharem das coisas que ele falava. Eles mesmos às vezes ficavam em dúvida. Será que papai está ficando doente da cabeça? Um dia, já jovens, deixaram a luz do dia e entraram no grande barco que o pai havia construído. Talvez nem tanto por fé em Deus, afinal, Este nunca lhes havia aparecido. Mas por obediência ao amoroso Pai. Por sete dias estiveram ali. Não reclamaram, apenas esperavam que o pai caísse na real e voltasse para a vida lá fora. Mas não, a porta só se abriu após muitos dias. O inferno das águas inundou o mundo. Os gritos lá fora ecoavam ainda em seus ouvidos. O balanço do grande barco, os enjoos, os vômitos, a comida racionada. Agora isso. Depois de tanta força seu pai se revelava um fraco. Ele que fora seu Herói, ele em quem confiavam tanto, ele que seria o maior exemplo de vida para eles estava ali despido andando pela casa a proferir palavras inacreditáveis. Era assim que deveriam enfrentar uma crise? O pai ruíra. Talvez não suportada o peso das lembranças. Afinal Noé era só um homem. Agora estava sem controle. Atirava cadeiras para todo lado e ameaçava a família. Seus olhos vermelhos denunciavam o quanto havia bebido aquela noite. Seus três filhos estavam ali do lado de fora, até que um deles entra para ver de perto e indignado sai desdenhando da postura do pai. Ele era um filho revoltado. Tinha o coração magoado, afinal seu mundo havia ficado sob as águas do dilúvio. Não admitia que o pai se portasse daquele jeito. Não naquele momento. Os outros dois irmãos, vendo sua indignação entram em casa, mas não queriam ver a nudez do pai. Ás vezes é melhor mesmo. Ver o pai bêbado, mostrando o pior de si, levou Can a uma vida amaldiçoada. Os outros dois, buscaram um manto e, de costas, entraram, cobriram o pai e cuidaram para que se recuperasse do vergonhoso porre. Cada filho reage de uma forma. Dois filhos superaram. O terceiro não. A maldição sobre a vida de Can, tudo que a história trouxe para suas gerações, talvez estejam muito mais relacionados ao que aquela imagem trouxe ao seu coração do que propriamente à maldição lançada pelo pai sobre ele na manhã seguinte. Se os pais soubessem o estrago que podem causar ao coração de seus filhos guardariam o pior de si em correntes no fundo do oceano. “ E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” Ef. 6:4. (Baseado na leitura de Gênesis 9 de 20 a 29) .
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