Outro dia ouvi um jovem afirmar que não quer ser pai. Não raro vemos moças expondo seus preciosos corpos a gritaram palavras de ordem por acreditarem que são proprietárias de seus úteros e por isso querem o direito de abortar numa clínica oficial, quem sabe do SUS, com nosso dinheiro, e sair andando tranquila como quem cortou a unha do dedão.
Então pensei num casal que , para encurtar a conversa, viveu há três mil anos, uma mulher que engravidou em algum lugar, talvez na Europa ou Ásia ou África, não saberia dizer. Ela teve um filho com muitas dores pois não existia parto de cesariana. Esse bebê cresceu e, se menino, engravidou uma jovem , (ou se, menina, engravidou de um jovem pois nada diferente disso poderia gerar outra vida humana). Este fato se repetiu por três mil anos até que nasceu, a milhares de quilômetros dali, um bebê que recebeu o nome de Odino Miranda que se tornou homem e desposou uma moça chamada Ester e tiveram 14 bebês. Um deles chamaram de Simião e este casou-se com Marina e então, eis-me aqui. Eu não desejei cortar a corrente e ali estão meus dois filhos e minha neta Helena. Se nesta corrente de três mil anos, um só deles achasse que não queria ter trabalho com filhos ou uma delas pensasse que era dona de seu lindo corpo e não tivesse filho, Helena não estaria no mundo hoje. Nem Valzinho, nem Cesar, nem eu, nem papai, nem Nanaldo, nem Wilsinho, nem Daniel, nem Didinho, nem Daniele nem... 🥺 parei aí com o coração apertado. Pensei no peso do compromisso que temos com a história. Pensei que talvez os úteros devessem ser tombados pela UNESCO como patrimônio da humanidade.