Tema: TRINDADE
Introdução: A
doutrina da Trindade é uma peculiaridade do Cristianismo. É singular a religião
Cristã ao alegar que Deus é um, mas que,
ao mesmo tempo, há três pessoas em Deus.
Essa doutrina não
é declarada de forma explícita nas Escrituras. A palavra Trindade em si não é
mencionada na Bíblia. Esta é uma verdade da revelação.
A doutrina da
Trindade é crucial para o cristianismo. Ela se ocupa em definir quem é Deus,
como ele é, como trabalha e a forma pela qual se chega até ele. Com Trindade quer-se
dizer que há três distinções eternas um uma essência divina, conhecidas,
respectivamente como Pai, Filho e Espírito Santo. Estes são três pessoas, e
assim podemos falar da tripersonalidade de Deus. Não se trata de Triteísmo, não
estamos falando na existência de três Deuses.
A Religião dos
antigos hebreus era rigorosamente monoteísta. “ o Senhor nosso Deus, é o único
Senhor” ( Deut. 6:4). Também o Novo Testamente demanda neste mesmo sentido. Ex.
Tiago 2:19 ( Tu crês que há um só Deus; fazes bem, também os demônios o creem,
e estremecem). O que levou a Igreja a ir além dessa indicação foi a própria
escritura sagrada que testifica que três pessoas são Deus. ( Não Deuses). Passamos
a analisar tais indicativos.
1- Insinuações no Velho Testamento:
Encontramos
nomes e pronomes no plural que se aplicam a Deus como em Gen. 1:26 : “E disse
Deus: Façamos o homem à nossa imagem...”
e 3:22 : “... Eis que o homem é como um de nós...” . Outra indicação
Isaías 6:8: “ ... a quem enviarei, e quem há de ir por nós?”.
O
Senhor tem um filho. No Sl. 2:7 lemos “ Tu és meu filho, hoje te gerei”.
Hoje aqui significa eterno presente. Jesus é chamado de Filho de Deus em João
9:35/37 mas também de Filho Unigênito ( Jo. 3:16) e em Heb. 1:6 é chamado de
Filho Primogênito. Miquéias afirma (
5:2) que suas origens são deste os
tempos antigos, desde os dias da Eternidade. Ele também é chamado Deus Forte em
Isaías 9:3.
Existe
distinção entre o Espírito e Deus. Em Gn. 1.2 “ O
Espírito de Deus pairava sobre a face das águas”. Também em 6:3 “ Então disse o
Senhor: o meu Espírito não agira para sempre no homem.
A
forma tríplice como se repetem algumas expressões: como em Isaías 6:3 “ Santo, santo, santo é o
Senhor” também na bênção Araônica: “ O Senhor te Abençoe e te guarde; o Senhor faça
resplandecer o Seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre
ti levante o Seu rosto, e te dê a paz”.
2- Insinuações no Novo Testamento
Na
cena do batismo, temos a presença física
de Jesus, a presença sobrenatural do Espírito de Deus que desce sobre Ele e
ainda a manifestação direta do Pai ao afirmar que Jesus era o filho amado.
(Mt.3:16,17). Temos ainda a declaração de Jesus de que ele oraria ao pai para
lhes dar outro Consolador ( Jo. 14: 16,17). E ainda em Mt. 28: 19, onde Jesus
determina que o batismo fosse feito em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo.
Entendimento de três que são reconhecidos como o Deus único.
O Pai é reconhecido como Deus, isso é feito com
muita frequência. Podemos citar Jo. 6:27 e Rm1:7).
O Filho é reconhecido como Deus: Jesus manifesta em
si os atributos de Deus, quais sejam, eternidade, onipresença, onisciência,
onipotência e imutabilidade.
ELE É
ETERNO, existia antes de João (Jo: 1;15), antes de Abraão ( João 8:58) e antes
do mundo passar a existir ( João 17:5) e
segundo Miquéias, antes desde os tempos antigos e desde os dias da eternidade (
Mq. 5:2). E quanto ao futuro ele continua para sempre . (Isaías 9:6).
ELE É
ONIPRESENTE E ONISCIENTE, Esteve no céu enquanto esteve na terra ( Jo 3; :13 e
Mt 18:20); Ele conhece todas as coisas (Jo. 16:30). Ele viu Natanael debaixo da
Figueira ( Jo. 1:49) Ele conhecia a história da mulher samaritana ( Jo. 4:29) e
tantos outros exemplos.
ELE É
ONIPOTENTE: “ Eu sou o todo poderoso” (Ap. 1:8). Ele sustenta todas as coisas
com a palavra de seu poder (Hb.1:3); Toda autoridade lhe é dada ( Mr. 28:18);
tinha poder sobre demônios ( Mc 5: 11 a 15).Tinha pode sobre as moléstias ( Lc
4:38-41 cura da sogra de Pedro), tinha domínio sobre a morte ( Lc 7:14; Mt.
9:25; Jo 11: 43-44). Além de tantos outros exemplos.
ELE É
IMUTÁVEL: Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente ( Hb. 13:8),
A Jesus são conferidos cargos da divindade: Ele é criador ( HB
1:10; Jo 1:3) e sustentador ( Cl. 1:17; Hb 1:3).
A Jesus são conferidas prerrogativas da
divindade: Ele perdoa Pecados ( Mt. 9: 2 a
6); Ele ressuscitará os mortos ( João 6:39); Ele executará todo julgamento (
Jo.5:22).
Ele é Senhor: “E Tomé confessou a
Jesus, “Meu Senhor e meu Deus” (Jo. 20:28); “ E toda língua confesse que Jesus
Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” ( Fp. 2:11). Fica claro que já na
época do Novo Testamento o nome Senhor era aplicado a Cristo no sentido de
divindade.
Ele é filho de Deus: Jesus não afirmou
isso diretamente nos evangelhos sinóticos, mas em João ele usa uma vez para se
referir a si mesmo ( Jo: 10:36) outras referência: Jo 5:18 e João 3:16).
Ele é Deus: Jesus é chamado de Deus pelo menos sete vezes
no Novo Testamento. Na já mencionada fala de Tomé, na fala de Tito 2:13; João
1:1, II Pe 1:1.
O ESPIRITO SANTO TAMBÉM É CHAMADO DEUS
O
Espírito Santo é uma pessoa. Observamos
que pronomes pessoais são usados para ele. “ O Espírito da Verdade que o mundo
não pode receber, porque não o vê, nem o conhece, vós o conheceis, porque Ele vive
convosco e estará dentro de vós” Jo 14:17. São atribuídas características
pessoais a Ele como : Intelecto, Ele conhece os pensamentos de Deus ( I Co
2:11). ; sensibilidade (Rm 15:30) e vontade ( I Co. 12:11). Ele também trabalha
( I Co. 12:11). Ele fala ( Atos 13:2); testifica (João 15:26); ensina ( Jo
14:26). Pode ser entristecido ( Ef. 4:30), essas e tantas outras coisas provam
que o Espirito Santo é uma pessoa divina. A ele também são conferidos atributos da
divindade como eternidade, (Hb 9:14); Onisciência (I Co 2:10-11); Onipotência (Lc
1:35) e onipresença ( sl. 139 7-10). Também lhes são atribuídas obras da
divindade como criação (Sl. 104:30); regeneração (Jo. 3:5); inspiração das
Escrituras ( II Pe. 1:21) e ressureição dos mortos ( Rm. 8:11). Em atos 5: 3 -4
Ele é expressamente chamado de Deus.
A
doutrina da tripersonalidade de Deus não está em conflito com a doutrina da
unidade de Deus. Há três pessoas numa só essência. Os três são iguais e isso não exclui pela
qual o Pai é o primeiro, o Filho é o segundo e o Espírito Santo é o terceiro.
Esta não é uma diferença de glória, poder ou extensão da existência.
Pensadores
como Justino e Taciano destacaram a unidade da essência entre a Palavra e o
Pai, sando a figura da impossibilidade de separar a luz de sua fonte, o sol.
Dessa forma, ilustraram que, embora a Palavra e o Pai sejam distintos, não
podem ser divididos ou separados.
Segundo
Erickson, a trindade é incompreensível. Não podemos compreender plenamente este
mistério. Algum dia, quando virmos Deus, iremos vê-lo como é e o
compreenderemos melhor que agora. Mas, mesmo então, não o compreenderemos
totalmente.
Entender
a Trindade é crucial para nossa fé. Casa um dos três, deve ser cultuado, com
como o Deus Triúno. E tendo em mente a
obra distinta de cada um, cabe dirigir orações de graças e de petições a cada
um dos membros da Trindade, bem como a todos, coletivamente. Além disso, o amor
e a unidade perfeita na Divindade são modelos da unidade e do afeto que deve
caracterizar nossos relacionamentos dentro do corpo de Cristo. Defende-se a
doutrina da Trindade porque Deus a revelou. Ele se revelou assim. Disse alguém sobre
essa doutrina:
Tente explicá-la,
e perderá a cabeça. Mas tente negá-la, e perderá a alma.
Bibliografia:
1-
Palestras em Teologia Sistemática – Henry /Clarence Thiessen
2-
Introdução à Teologia Sistemática Millard J. Erickson;
3-
Bíblia Sagrada King James Atualizadaa;
4-
Bíblia sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
corrigida
5-
Vida, Bíblia de Estudo.
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