quarta-feira, 21 de julho de 2021

AÇÃO DE GRAÇAS EM TEMPO DE PANDEMIA

 Hoje acordei as cinco e desci para fazer o café. Estava frio e a noite ainda pairava. Meu esposo já estava de pé olhando as primeiras notícias do dia na internet. À moda antiga coloquei um caneco com água para o café. Acertei o coador, coloquei o pó de café e fui até a janela. Um frio cortante passou pelo meu rosto, amarrei forte o roupão e me encolhi. Um cansaço me bateu nas pernas, pedi ao marido que passasse o café e voltei para a cama. Fiquei encolhida por mais alguns minutos juntando forças para levantar. Alguns raios de sol já se anunciavam me animando. Desci e depois de uma xícara de café quente, tirei as roupas que estavam na máquina com fé que secariam durante o dia e arrumamos no varal da varanda. Pude então me preparar para viajar. A estrada estava calma, um acidente antes de Silva Jardim dizia que o fim de semana de alguém seria difícil. Seguimos até Guadalupe. Minha prima Claudinha nos recebeu no portão. Um certo silêncio foi preenchido pela alegria da chegada. Meu primo Edson, esposo dela, está há um pouco mais de oito dias internado com COVID. Durante a semana pensei na solidão da esposa, das mães, irmãos, filhos enfim, da pessoa que tem alguém que ama num CTI da Pandemia. O calor da presença, da graça e bondade de Deus aumentou quando minha outra prima Vanessa chegou para compartilharmos alguns momentos de comunhão. Vanessa está numa guerra ferrenha onde a quimioterapia é a sua maior arma humana. Mas não pensamos nisso. Para nós hoje era dia de ação de graças. Deus nos havia concedido isso. Tomamos o café da manhã, preparamos um almoço gostoso e falamos amenidades. Eu lavei a louça e nesse momento a ligação mais esperada do dia aconteceu. Todos em volta do telefone para ouvir do médico as notícias do primo. Lágrimas silenciosas desciam, respiração apertada, no fim, oramos agradecidos pois Deus nos mandara boas novas e renovou nossa esperança. Sentamos as três no sofá e por dez minutos voltamos a ser crianças. Olhamos as vitrines da internet, fizemos planos e sorrimos. Depois de um café, Claudinha fez um amarradinho com alguns petiscos para eu trazer, oramos alegremente e eu voltei para casa feliz. Sai daqui para levar solidariedade e amor e voltei com o espírito renovado. Recebi muito mais que dei. A palavra de Deus não falha, quando nos manda chorar com os que choram ele quis ensinar uma matemática nova. O resultado é renovo, é esperança e fé redobrada e alegria do Senhor que nos faz fortes. É Deus presente em covas de leões, em fornalhas, em vale de ossos secos e no sangrar do holocausto. É Deus presente na Cruz porém é Deus ausente na sepultura. É Deus ressurrecto a sustentar todo universo com seu infinito amor. Amor que enxuga lágrimas e dá novo ânimo ao cansado, e aumenta as forças ao que não tem nenhum vigor.

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