I SAMUEL 25 - NABAL NÃO ERA LEGAL

Nabal não era legal. Era rico, tinha empregados, gostava de festa, tinha uma esposa jovem, linda, inteligente e sábia. Mas Nabal não era legal. Nabal tratava seus empregados com grosseria. Nabal não era um homem grato. Quando alguém lhe fazia uma coisa boa ele desdenhava e pagava com desprezo. Nabal não era legal. Ele bebia além da conta e quando isso acontecia ficava sem razão. Perdia o rumo, criava amargura a sua volta e se envolvia em grandes problemas. Todos diziam que ele não sabia dar valor a tudo que tinha. Um dia complicou para Nabal, o futuro rei de Israel pediu-lhe ajuda e ele negou, fez pouco caso. E por isso Nabal estava por um fio da espada de Davi . Sua jovem e prudente esposa sabendo o que Nabal tinha feito, correu para aplacar a ira do enfurecido guerreiro. E conseguiu. Pobre Nabal, passou do entorpecimento da bebida para o torpor da morte súbita. Como disse Nabal não era legal. Morreu de susto e deixou uma jovem e linda esposa que não ficou nem uma semana viúva pois Davi , que sabia reconhecer uma pérola, correu lá e a levou para sua Casa. Abgail era seu nome. Ela passou de esposa de um homem rico mas bêbado, tolo e rude e se tornou esposa do Rei. Nabal, Nabal, se você pudesse voltar atrás certamente seria diferente. Pobre Nabal.( baseado em I Samuel 25).

GÊNESIS 9: 20 A 29 - NOÉ PLANTOU UMA VINHA

Eles cresceram como qualquer criança e tinham amigos na rua. Eles brigavam muitas vezes. Chegando em casa com a roupa rasgada o pai olhava apavorado prometendo uma sova se eles continuassem tão briguentos. Aquele era seu pai. Eles entendiam que havia acontecido uma tragédia. Eles o viram por décadas cortando madeira, batendo martelo e fazendo viagens longas para levar seu recado a todos os lugares. Eles assistiram as pessoas rirem e desdenharem das coisas que ele falava. Eles mesmos às vezes ficavam em dúvida. Será que papai está ficando doente da cabeça? Um dia, já jovens, deixaram a luz do dia e entraram no grande barco que o pai havia construído. Talvez nem tanto por fé em Deus, afinal, Este nunca lhes havia aparecido. Mas por obediência ao amoroso Pai. Por sete dias estiveram ali. Não reclamaram, apenas esperavam que o pai caísse na real e voltasse para a vida lá fora. Mas não, a porta só se abriu após muitos dias. O inferno das águas inundou o mundo. Os gritos lá fora ecoavam ainda em seus ouvidos. O balanço do grande barco, os enjoos, os vômitos, a comida racionada. Agora isso. Depois de tanta força seu pai se revelava um fraco. Ele que fora seu Herói, ele em quem confiavam tanto, ele que seria o maior exemplo de vida para eles estava ali despido andando pela casa a proferir palavras inacreditáveis. Era assim que deveriam enfrentar uma crise? O pai ruíra. Talvez não suportada o peso das lembranças. Afinal Noé era só um homem. Agora estava sem controle. Atirava cadeiras para todo lado e ameaçava a família. Seus olhos vermelhos denunciavam o quanto havia bebido aquela noite. Seus três filhos estavam ali do lado de fora, até que um deles entra para ver de perto e indignado sai desdenhando da postura do pai. Ele era um filho revoltado. Tinha o coração magoado, afinal seu mundo havia ficado sob as águas do dilúvio. Não admitia que o pai se portasse daquele jeito. Não naquele momento. Os outros dois irmãos, vendo sua indignação entram em casa, mas não queriam ver a nudez do pai. Ás vezes é melhor mesmo. Ver o pai bêbado, mostrando o pior de si, levou Can a uma vida amaldiçoada. Os outros dois, buscaram um manto e, de costas, entraram, cobriram o pai e cuidaram para que se recuperasse do vergonhoso porre. Cada filho reage de uma forma. Dois filhos superaram. O terceiro não. A maldição sobre a vida de Can, tudo que a história trouxe para suas gerações, talvez estejam muito mais relacionados ao que aquela imagem trouxe ao seu coração do que propriamente à maldição lançada pelo pai sobre ele na manhã seguinte. Se os pais soubessem o estrago que podem causar ao coração de seus filhos guardariam o pior de si em correntes no fundo do oceano. “ E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” Ef. 6:4. (Baseado na leitura de Gênesis 9 de 20 a 29) .

PROVÉRBIOS 24: 16 e 17

Provérbios 24:16 e 17. O justo também pode tropeçar e cair. O diferencial é que o justo tropeça na labuta da vida. O Justo tropeça por cansaço, por excesso de zelo. Mas levanta, sete e até setenta vezes sete. O injusto, porém, tropeça no próprio mal que cria . O injusto, na sua caminhada não conquista amigos, o que ele adquire com suas práticas são, no máximo, vassalos, nascidos de uma relação de poder e dependência, regada pelo gosto amargo do medo. Nos tropeços e quedas, serão visitados pela solidão e pavor. Mesmo assim Salomão alerta para que quando alguém tropeçar, você deve olhar com entendimento o fato. Festejar a intempérie do outro é "mau aos olhos de Deus"(v. 18). E isso pode ter consequências danosas nos aguardando na próxima esquina da vida. Que na roda gigante da vida possamos aproveitar a paisagem quando estivermos no topo, lembrando que é roda, então, vai girar, inevitavelmente.

UMA RELATO

No final da tarde chegaram uns papéis que eu deveria entregar no atendimento. Peguei-os distraída e me dirigi ao balcão. A porta abriu-se e entrou uma jovem, em seguida dois policiais. Esmoreci. Era uma menina linda. Mulata com uma face perfeita. Aliás, ela era completamente linda e perfeita. Congelei. Olhei para ela, para seu rosto e perguntei: " quantos anos você tem, Pequena? " Procurei disfarçar minha angustia por vê-la ali. Mas ela percebeu e com os olhos marejados respondeu-me : "17". Em seguida, seus olhos, inquietos, procuravam pela mãe. Nessa hora, não há mais ninguém, amigos, namorado, colegas de farra, todos desparecem, mas a mãe não. Entrou e depois de uma abraço tenso, virou-se para mim e, com a voz trêmula, perguntou " o que vai acontecer agora?". Tentei tratar o caso com muito cuidado. Noticias difíceis precisam ser dadas com afeto e altruísmo. Cumprido meu dever, despedi aquelas pessoas e me retirei para um lugar a parte. Desabei. minha alma se desmanchou em lágrimas de indignação. Aquela menina deveria estar numa sala de aula se preparando para o ENEM. Deveria estar usando uma roupa quentinha e limpa e com os cabelos penteados. Aquele menina deveria ter uma familia feliz, com pai, mãe, café no bule, leite na geladeira e biscoito na lata. Deveria deitar a tarde na sala para ver televisão, ler uma revista. Aquela menina deveria estar com a mãe na cozinha para aprender a cozinhar, na biblioteca para aprender a amar literatura, no judô, balé, aula de dança, de violão, bateria, sei lá. Em qualquer lugar decente. Não ali escoltada por dois policiais sendo conduzida para um lugar frio e sem vida. Pergunto onde esteve o Estado durante a infância desta linda jovem?" Com certeza não esteve presente, mas chegou agora com um cadeado para guardar a moça pois descobriu que ela feriu a letra da Lei. Guardei minhas lágrimas e voltei ao trabalho. Não sei se ela vai conseguir sair do emaranhado que tem vivido. Mas desejo muito que consiga. Uma vida é tão preciosa. Ela, tão menina ainda, na aurora da vida, uma aurora densa, escurecida pelo nebulosidade do abandono no qual vagueia tão grande parte da juventude brasileira.

DE FÉRIAS EM CASIMIRO DE ABREU

Tirei 15 dias de férias. Meu principal objetivo seria estudar para os exames do Seminário. Não vou passear pois destinei os meus recursos a outras finalidades que seriam, no momento, indispensáveis, pelo menos a meu ver. Estou toda errada, eu sei. Mas gosto de ficar em Casimiro. Sair para dar uma volta pela manhã, entrar do comércio, parar na esquina para um papinho sem ter que olhar para o relógio, que aliás, deixo na gaveta nas férias. Hoje cedo fui para o pilates de Flavinha Miranda e depois fui no comércio. Passei na Farmácia para ver o "caderninho" e pagar a conta ( isso mesmo, aqui em Casimiro ainda existe o caderninho do fiado). Senti vontade de comer um pedaço de queijo. Fui na loja da Macuco que fica ali no trevo. Sempre compro queijo lá. Além do ótimo preço, tudo é muito fresquinho e o atendimento é sempre muito bom. Hoje perguntei para a proprietária se as pessoas que passam na pista param muito ali e ela disse que a maior parte de seus clientes é de viajantes. Ou seja, as pessoas de Casimiro, em geral, não frequentam aquele estabelecimento. Que pena! Pensei. Não encontro preço melhor, nem qualidade. Peguei alguns itens e continuei a caminhada de volta para casa. o sol já ia alto e eu vestia uma camiseta preta que começou a me cozinhar as costas. Parei na lojinha de grãos, ali próximo ao Itaú, e comprei alguns temperos diferentes, afinal estou de férias e vou visitar um pouco mais o fogão. Retornei para casa com calma. Lá pelas tantas um carro se aproximou a parou. Um vidro escuro se abriu e um sorriso muito simpático me ofereceu uma carona. "Mas é claro!". Subi e sentei feliz no banco de trás, enquanto uma cadelinha peluda e perfumada pulou do banco da frente para meu colo me dizendo "seja bem vinda". Estava mesmo cansada e com muito calor. Momentos tão simples porém tão doces

LEVÍTICOS 4:27- PECADO CULPOSO

Parece que o pecado culposo não ficará impune. Estou voltando a estudar o livro Levíticos e toda aquela problemática dos sacrifícios para expiação de pecados. Lá pelas tantas observei que há uma orientação para que se faça expiação por pecados cometidos por ignorância de qualquer pessoa. Ou seja, você fere uma norma porém não sabia que estava ferindo. Continua sendo pecado e implica em uma reação espontânea de elementos naturais e espirituais. É mais ou menos como você não ver uma placa de trânsito que indica 80Km e passar a 100km pelo radar. Esteja multado. Pague a multa. Não adianta ir até o Detran choramingar dizendo que não sabia a velocidade autorizada naquele local. Todo pecado tem consequência, tem um preço. A morte sacrificial de Jesus é compreendida à luz dos ensinamentos, notadamente contidos no livro de Levíticos. O Pecado sempre gera algum tipo de morte. Morre o relacionamento com o filho, com os pais, com o irmão, amigo, com a esposa. Morrem o casamento, o diploma, os projetos, os sonhos e depois de tudo, morre o homem e com ele seu espírito. Os pecados encontram perdão através do sangue, alguma coisa precisa morrer no lugar daquelas outras. ao que parece no mundo espiritual sangue é moeda de troca. Lembrando que sangue é vida. Então o processo de deterioração se reverte, viverá o espírito, o homem, os sonhos e assim vai, daí o valor do sangue de Jesus para nossa existência e vida. Isso não começou em Levíticos por capricho de Deus. Tal procedimento está, a meu entender, vinculado a leis que precedem a existência humana. Leis eternas de Justiça que fogem às letras dos escritos humanos. Uma coisa é certa, não há desculpa para o pecado. "Não sabia, não queria, não tive culpa", não vai valer na hora que sentarmos diante do Senhor no dia que o livro se abrir. Por ora,poderemos estar nos valendo do precioso Sangue de Jesus. Porém, só para quem efetivamente crer e desejar. Desejo nesta manhã que o Sangue de Jesus seja reconhecido como a moeda única capaz de pagar o preço dos meus e dos seus pecados. Diga para Jesus: " Eu reconheço seu sacrifício e desejo que ele possa valer também para o perdão dos meus pecados, eu aceito sim, Jesus, que os meus pecados sejam perdoados pelo seu sacrifício". Siga em paz. Bom dia.

Sansão: uma perspectiva

Enquanto removiam as pedras e ferros retorcidos suas lágrimas pingavam na terra seca e empoeirada. Sabiam que seu irmão estava ali em algum lugar. Ele sempre fora o herói dentre os irmãos. Sendo o mais velho era o protetor de todos. Lembram-se o quanto recorriam a ele todas as vezes que se sentiam ameaçados por algum coleguinha mais forte ou quando queriam remover alguma coisa muito pesada. Lembram quantas vezes ele juntava todos e os carregava nos ombros forte entre gostosas risadas. Quando ele se apaixonou por aquela estrangeira tornou-se distante. Já não se sentava à mesa com a família. Sumia e por semanas e meses.?Desaparecia sem dar qualquer notícia. Seu pais entristeceram de tal maneira que o silêncio passou a reinar na família. Depois da morte de seu pai as coisas ficaram ainda piores. De longe ouviam as histórias e façanhas de seu irmão mais velho. Agora nada tinha mais sentido. Tudo tinha se acabado. No meio dos escombros seus tios e irmãos arrastam o musculoso corpo de Sansão. Ninguém mais por perto.  Os amigos de festa, as mulheres, ninguém. Observam seu rosto mutilado sem olhos. Quando Sansão perdeu a visão? Eles sabiam que fora bem antes de ter sido subjugado pelos filisteus inimigos. Seu olhos foram arrancados no dia que desobedeceu seus pais obrigando-os a apoiar um casamento que resultou num rio de sangue. Cego ficou quando deitou-se com prostitutas sabendo que era um escolhido de Deus. Cego já estava quando, vendo a infidelidade cruel de Dalila, entregou-lhe os segredos que tinha com Deus. Seu corpo informe, em silêncio foi sepultado junto ao de seu pai. Seus irmãos e parentes chegados, em silêncio, retornaram para suas casas. Sansão um homem a quem Deus deu tanta força sucumbiu como um boneco de pano, cujos olhos foram arrancados diante da beleza de um falso amor. Pobre Sansão. Infelizmente, tão parecido com tantos de nós!