quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Abortar é aborto da dignidade do homem

-Que menina linda! 
-É um cientista, ele descobriu a cura para esta doença que está devastando a Terra.
- Ela é médica.
- Ela é professora, muito dedicada!
- Uma ótima mãe de família!
- um grande estadista. Um conciliador das nações...
Porém, tais frases nunca serão pronunciadas... Eles não nasceram, foram abortados. Ao contrário daqueles que, não foram abortados, e hoje, carregam essa bandeira, num tributo à desonra da vida humana.

IR ALÉM

Ir além. Há um cântico que diz "leva-me além...". Disse Jesus: "E, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa". Isso é ir além. Proponho o desafio de nesta semana IR ALÉM . Fazer um pouco mais do que nos pedirem. Por ex. Se você é o responsável por fazer o café, faça também o biscoito  ou se você entregou um documento, coloque também no envelope. Se você der uma informação, caminhe com a pessoa até o local... Enfim são infinitas as possibilidades. Isso tem um nome, chama-se GRAÇA, que é de graça para mim porque alguém pagou o preço. Com a própria vida: Jesus. 

Tentando definir Graça


Tentando definir Graça: "Graça é uma suave brisa que enche o ar de doce perfume e faz a gente ter vontade de cuidar de todas as almas que se aproximam de nós . É um espaço aberto por onde flui um desejo enorme de compartilhar o que temos de bom , é um olhar doce que ama o amigo infiel e perdoa, sem limites, o imperdoável. Sejamos graciosos neste dia pois o amanhã não existe para nenhum de nós e não existirá para alguns de nós..."

Tentando definir Graça II: se você vai ao mercado e ao comprar escova de dentes você pensa: vou levar uma ou duas a mais, pois pode chegar alguém para me visitar e precisar... Se você fez aquele bolo gostoso e separou um bom pedaço e compartilhou com um vizinho ou com os colegas de trabalho... Se você vai tomando o sorvete devagarinho para não acabar só para dar um pouquinho dele para alguém , mais uma vez a Graça se fez presente. Lembre-se : a  Graça é de graça para nós porque Alguém pagou o preço de nosso pecado.

Fé como um grão de mostarda

Uma fé como um fio de prata, que não se rompe , e nos puxa para a luz na densa escuridão. Um poucochinho de fé como a última porção de farinha para ser multiplicada e nos alimentar em tempos de sequidão. Uma fé como um cântaro de água no fim da festa que nas mãos de Jesus ressurge como vinho novo. Para que, quando a coragem faltar seja ela a se erguer e a surpreender com todo poder  e força que tem uma pequena fé.

Uma pequena fé como um grão de mostarda, que seja capaz de remover montanhas. Que me faça forte como o monte Sião e me faça corajoso como um valente de Davi. Que me faça obediente como o mar da Galileia. E confiante como Josué, que não temeu os gigantes inimigos. Uma pequena fé como aquela da mulher Cananéia, que lhe fez humilde para ver nas migalhas da mesa de Jesus a sua maior oportunidade de receber a cura de sua filha. Para mim. Para você. Neste dia.

UMA REFLEXÃO SOBRE A MORTE

Esta reflexão foi dirigida à minha prima Luana, filha de Laisa, esta  última, uma prima muito querida que, bem jovem ainda,  deixou esta vida legando  um silêncio gritante de dor e perplexidade a toda família. "O que dizer ? A morte é um evento certo   e inevitável, mas que,  dada nossa eternidade herdada da natureza divina, nos causa tamanho rasgo de dor. A morte também é a única porta que Deus abriu para sairmos de um mundo corrompido e amargo  nos dando  a possibilidade de viajar para um país onde tudo funciona, onde não há choro nem dor, nem noite, nem morte. Deus também nos comprou uma passagem e providenciou um passaporte. E pasme! Ele providenciou um novo corpo que não adoece nem envelhece. O passaporte é distribuído por Jesus. É de graça para nós porque ele pagou o preço. Ele nos dá uma senha simples: "eu creio.". Estamos aguardado o dia da nossa viagem. Laisa e Verônica  viajaram primeiro, já se estabeleceram. Quando chegarmos lá será uma grande festa onde a saudade não entrará, pois não tem convite e por isso fica aqui enfurecida torturando os que ficaram. Deus abençoe ."

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

CASIMIRO DE ABREU - DIVAGAÇÕES II





Quando o tempo passa deixa para trás seu rastro e vez por outra percebe-se o aroma da saudade pairando no ar.

Então a mente mergulha em busca de lembranças que habitam em lugares profundos

Hoje, quando vejo tantos carros, tanta gente diferente e o ir e o vir.
Mais uma vez, voltei a Casimiro de Abreu das minhas lembrança.

E então pude sentir o cheiro de bolo que inundava os fins de tarde próximo da rodoviária, onde seu “Vanor” vendia e D. Nézia tecia longas conversas com os jovens, dando-lhes bons conselhos.

E ouvi o sino da Igreja, que o Sr. Dalfin, se encarregava, pessoalmente, de bater às seis da manhã, ao meio-dia e às seis da tarde.  Soube outro dias que hoje, o que se ouve é uma gravação.

 A tecnologia bate o sino.

E na então Escola Estadual Casimiro de Abreu, a criançada, suada e ofegante, após uma carreira da porta da sala até o portão, ganhava as ruas sob o badalar do sino cujo som inundava toda pacata e serena cidade.

O sol era tão claro mas, não parecia tão quente como hoje.
E havia um cinema onde hoje se ergue o Banco do Brasil ,  e também “Hi Fi”, e a moçada dançava,  juntinho,  rosto no rosto ou separado,  e era capaz de ser feliz com coisas tão simples.
E então olhei e vi a loja de D. Zaíra, onde Maria, irmã de Dedê, nos vendia roupas de marcas, lindas, mas muito caras. Acontece que ela parcelava tanto que acho eu, tem gente pagando até hoje.

E mais na esquina, onde hoje existe uma farmácia, havia uma vendinha de propriedade de seu Wantuil Barreto Neves que depois virou uma farmácia que se chamava Camila, e tal Camila, que também era uma menina,  não é mais pois cresceu e se tornou uma advogada.

As vezes a cidade toda parava para chorar. Um acidente de caminhão, uma menininha que morreu por uma fatalidade no lar;  um jovenzinho , que adoeceu e se foi tão de repente; um acidente de carro na serramar,  um afogamento  na lagoa da Coca-cola...

O luto cobria todas as famílias. Era um tempo de dor, mas de muito calor e solidariedade.


E pelas ruas ,  vestido num bermudão branco, repuxado para cima, com uma camisa também branca, o Seu Bezerra que ia e vinha e ninguém sabia de onde nem para onde.


E a entrada do Colégio Feliciano Sodré, onde Seu Leôncio e Dra. Cezarina, sempre estavam à espera, com um papinho e um simpático cafezinho.


E lá na frente estava Godê, mancando de uma perna, olhando para todo lado mas  parecia que não via ninguém.
Seu Itamar , com seu jeitão, que tão bem servia ao povo no Segundo Ofício da cidade com uma assinatura de cabeça para baixo que encabulava todo mundo.


E sua esposa, D. Terezinha, muito conhecida pela sua generosidade.


E mais, havia Cartórios na cidade. Sim, dois ótimos cartórios onde a cidade era muito bem atendida.

 
Um pouco antes, estava o Padre José, de batina preta, catando crianças pela rua e entregando aos pais, pedindo que tivessem cuidado com as valas negras.

E creiam, era esse o grande perigo que as crianças corriam naquela época.


E depois chegou Paco que esbanjava graça e simpatia.
Havia uma padaria próximo da linha do trem que era de Seu Chico Marchon e da Dona Diva, e eles constituíram uma grande família, que hoje faz diferença na cidade.


A o revoar das lembranças me levou ao armazém de Eres, onde Ramon e Ricardo atendiam no balcão. Eram dois molecotes começando a vida, quem pensava que um deles seria prefeito da cidade?


E num tempo remoto, do outro lado da linha, Seu Chico Franco, com um armazém lotado de coisas, guardava a sete chaves um monte de filhas bonitas que aos poucos foram sendo conquistadas por rapazes da cidade, e casaram-se e nos deram inúmeros jovens que habitam a cidade.

E por falar em casamento, o sonho era um vestido feito por D. Altiva e bordado por Nilzinha.


Hoje se vai ao Rio de Janeiro em dois tempos, e à Macaé num pé só.
Não era assim. A Br 101, era conhecida como “Estrada Tronco”, chegar a Macaé era um verdadeiro Rali. Um ônibus saía de manhã dirigido por Gê Guarabu e voltava à tarde. E pronto.
Seu Tancredo ,  as pessoas falavam baixinho, era um militante político de esquerda, comunista talvez, embora ninguém soubesse bem que era isso.


Minha professora da terceira série, Vilma Marchon, um dia, ela foi viajar e nunca mais voltou.  Ela era linda e era loira. A cidade chorou.


Se houvesse dor de dente, só tinha um jeito. Seu Jaime, o único dentista da cidade, que não era dentista. O risco era sempre do dente ao lado.


Nogueira de Souza, era o Hospital. Por seus corredores, iam e vinham em suas vestes brancas as irmã Francisca e Hugolina, dando sempre um jeito para que tudo estivesse em seu lugar.


E por falar em hospital, quem não se lembra de D. Geny , parteira da cidade, isso mesmo, nada de obstetras ou ginecologistas, tinha uma barriguda para parir, lá estava D. Geny, com sua mãos hábeis para trazer a luz mais um bambino.


À noite, homens e mulheres, sentavam-se às mesas escolares e no MOBRAL, teciam, fio a fio, o sonho de aprender a ler. Lá militava a professora Maria Dias. Ela deixou para Casimiro, uma filha e esta nos legou duas moças, gêmeas, uma graça as meninas.


E do outro lado da pista as pessoas se encontravam no mercado Benevides, um dos primeiro da cidade, sendo de “grande porte”, muito bom mesmo.
Telefone só existia um. E se chamava: PS1, só isso. Era público. A gente ligava e pagava os minutos e voltava para casa feliz da vida. O Outro telefone, ao que dizem, ficava no cartório, não sei bem.
A violência era mais uma personagem das histórias que se contavam. Lendas e história de Marcelino, um bandido assassino de mulheres grávidas e tudo mais de ruim, nos causavam terror, e me fazia conferir as portas e janelas várias vezes antes de dormir.

 Eu ficava olhando para cima, havia um rumor de que ele costumava entrar pelo telhado. Não sei até hoje se ele, de fato, existiu.


É isso aí gente. A gente é mais que um CPF ou um RG. A gente é o que pensa.

Eu nem sou cidadã de Casimiro. Não tive a honra de aqui nascer. Mas tive de  crescer. Entre as árvores da antiga Praça Feliciano Sodré eu brinquei de quatro cantos.  E tomei banho no rio Tabicum, é claro, escondido do meu avô. E mergulhei no Pai João. E até fui a pé até o rio Macaé.
Estudei na Escola Estadual e no Feliciano Sodré, que já não existe.

Na verdade, tudo sempre vai existir dentro do nosso coração enquanto nós estivermos por aqui.

domingo, 7 de setembro de 2014

Casimiro de Abreu da minha alma




Será que alguém vai ler isto? Acho que vale a pena.
Nesta manhã,  enquanto caminhava,  mergulhada em pensamentos, olhava para esta cidade. Como mudou . Antes eu ia e vinha. Agora eu vou, mas não volto mais pelo mesmo caminho pois é contramão. Antes eu parava o carro para um papinho rápido, agora não mais, pois imediatamente alguém se aproxima e me toca dali, ou então me aplica uma multa .
Certo, o progresso, ou a iminência dele, tem seu preço.
Continuei. Algumas pessoas passaram voltando da caminhada. Suadas, cansadas , ofegantes.
Pensei nas pessoas que vi desde criança. Pessoas que trabalharam e construíram Casimiro de Abreu. Algumas lembranças emergiram...
Dona Arinda, fazia doces, criava Zeca, Paulo Jorge, Teresa... essa turma está aqui, pessoalmente ou por seus filhos e netos fazendo diferença.
Maria Luiza e Leonice faziam maravilhosas roupas. A segunda fazia bolo de casamento, se não me engano.
Dona Maria do Carmo, era a grande diretora do Estadual, seguida por D. Janete e D. Marlene.
Manequinho,  Chico Miguel, e seu Bragança,  importantes comerciantes locais.
E a loja do Paulinho, que era pequenininha e tinha tudo,  tudo mesmo, que a gente precisava.
Janete Marinho, nos triturando com a matemática...
Celio Sarzedas o prefeito que eu via todo mundo votar...
Oduvaldo Gonçalves, ensinou química e física e enlouquecia os alunos exigindo uniformes com meias impecáveis.
Seu Hermíndio Pinto, com seu mercadinho, vendendo fiado para todo mundo.
Seu Nerito, com seu restaurante, bolinho de arroz e manuê da D. Alzerina, até hoje ninguém conseguiu fazer igual, nem Josué.
Eliete dando aulas de Português e Literatura, que isso! Só de lembrar aperta o peito.
Sarita, a mendiga que roubou minha boneca.
E Afonso que tinha um pé enorme.
E Estelita que vendia laranjas na praça e depois virou fotógrafa . E Ary , o fotógrafo.
E a televisão que ficava na praça,  em frente à padaria, e era ligada às seis para o povo ver as novelas.
E seu Moreira com o pão sempre pronto e a fumaça saindo da chaminé.
É, um pouco antes, a farmácia do Pastor Luiz Laurentino.
As festas maravilhosas de Edmeia e Elenir.
E seu Lucio André cuidando da saúde do povo.
O armazém de Ubiratan Gomes da Silva, seu Zizinho, que dava as boas vindas a quem chegava na cidade, hoje há uma pastelaria no local.
E seu Pessoinha, com a serraria, local onde a cidade terminava e se iniciava a zona rural.
E a professora Elida Passos chegando, ainda menina, para lecionar.
E meu tio querido, Elizeu Miranda, com seu violão, cantando e declamando poesias pelas ruas de madrugada .
E meu avô Odino chegando em casa, cansado, depois de uma longo dia visitando igrejas. Mariolas no bolso para alegrar a neta.
E Edmar EMP, com muitos carros, caminhões gerando empregos para tanta gente.
E Zilmar Costa, uma mistura de político, policial, amigo e austeridade, sempre às voltas como oposição...
E seu Nilton Macabú com sua farmácia, que lá está, dizendo que os homens vão e suas obras ficam.
E D. Hosana, com tantos filhos advogados e uma filha, Nailza, que foi minha professora juntamente com sua prima Eliane.
Cada coisa no seu tempo...
E ... cheguei em casa... as lembranças voltaram para o fundo da alma onde compõe aquilo que hoje sou.
Que a cidade cresça, mas não se esqueça de respeitar e valorizar aqueles que vieram antes e com seu trabalho fizeram estacas que firmam esta cidade e dão a ela uma história linda de se contar.

A GRANDE REVOLUÇÃO

  Jesus convocou o mundo para o maior desafio já visto: ama o teu próximo… eu sempre digo: dura coisas nos pediste. Pedir para amar é pedir...