domingo, 4 de outubro de 2020

FAMILIA - DOR - LEI MARIA DA PENHA

 Na semana passada estava trabalhando quando ouvi uma jovem lamentar o fato de que teria que pagar uma pena de multa e prestar serviço à comunidade como reprimenda por ter cometido um ilícito penal. Olhei rapidamente para ela e fiz uma observação “Filha, qualquer coisas é melhor que ficar presa”. Orientei-a a procurar o Defensor público para tentar a isenção das custas mas a multa não teria jeito. Ela se foi resmungando ainda. Hoje a tarde uma Jovem aguardava atendimento num dos corredores do fórum. Reclamando que não estava se sentindo bem, permanecia sentada. Seus olhos mal podiam se abrir mergulhados em um enorme hematoma. Seu rosto deformado exibia a marca da Violência causado pelo seu companheiro. Era a mesma jovem. Não é incomum que atendamos mulheres nessa situação. Confesso que todo meu espírito cristão reluta em sobreviver e um desejo imenso de vingança se apodera de mim. Penso que prender seria pouco para um animal que faz isso com a esposa. Todos os dias milhares de mulheres são espancadas como se fossem couro em cortiço. Esses sujeitos que em casa são valentes quando vão para uma jaula se tornam verdadeiros cordeiros. Inacreditável que eles não consigam ser tão corajosos diante da autoridade policial ou judicial. Mas em casa enforcam, socam, queimam com ferro de passar, xingam e humilham suas esposas e filhos. A Lei Maria da Penha é boa mas não é David Cooperfild nem foi canonizada, nem faz mágica nem milagre. Ontem escutei uma outra jovem afirmar que ao dizer ao ex-marido que iria cobrar alimentos para seus dois filhos, ele lhe disse que se fosse ao fórum ele iria matá-la. E quer saber? Ele é capaz de fazer isso. Não podemos dar garantias de vida a ninguém. Lembro-me de uma jovem, em uma das comarcas que trabalhei, que teve medida protetiva deferida e foi, na primeira noite, brutalmente assassinada pelo companheiro. Não está escrito na testa que o sujeito é um louco. A mulher ama um homem e descobre que ele na verdade é uma fera com pele de gente. E na maioria das vezes depois de duas ou três barrigas eles se vão deixando uma mulher arrasada e com a responsabilidade de criar os filhos sozinhas. Muitos fatores envolvem essa situação que não é nova. Pobreza, desemprego, alcoolismo, drogas, falta de respeito puro e simples. Mas também há violência nas famílias de classe média e alta pois a pobreza em si não produz violência. Muitas pessoas agridem esposas e não usam álcool ou drogas e alguns até são fiéis frequentadores de Igreja. O problema vai além. Está na alma doente e maligna que habita o coração humano. Um mundo caído e que jaz no maligno, é o que temos. Mas a lei não pode pensar desta forma e invariavelmente sempre que toma conhecimento de um fato guarda o agressor no xadrez. E não tem outra linguagem que eles entendam melhor. É certo que algumas mulheres são terríveis, eu sei. Mas ao Homem sempre resta a porta da rua que ele deve pegar antes de pensar em agredir alguém em sua casa. Não está feliz, vai embora, foi traído, vai embora e não olhe para trás, a mulher é rixosa? Ache a porta da saída mas nunca arremesse a mão pesada sobre seu rosto. Sim, é uma triste realidade que parece não ter fim.


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