domingo, 4 de outubro de 2020

NECESSIDADE DE AMAR

 Passava das 19 horas quando cheguei em casa do trabalho. Já no caminho Luiz me disse que Fefeu estava doente. Ao que parece alguma glândula do gatinho estava inflamada sei lá. Cheguei correndo para  entrar na sala de aula virtual do seminário.  Meu estômago me lembrava que havia horas ele não via nada. Esquentei uma sopa dormida e fui olhar Fefeu. Ele parecia estar com caxumba. Liguei para o Pediatra dele.  Andrei Cardozo  me tranquilizou. Ele não vai morrer disso, fique tranquila que amanhã  passo ai.  Por conta disso Fefeu ganhou o direito de passar a noite no quarto da vovó Marina.  Ele acordou hoje com pescoço normal e a aparente caxumba desapareceu. Ele e a mamãe pegaram juntos o sol da manhã . Sob os olhos observadores de mamãe o gatinho peralta  brincava procurando folhas secas e subindo nas plantinhas do quintal.  Passado algum tempo, escutei mamãe reclamando com o Cesar Tomás.   Curiosa,  fui olhar, ela estava em pé  no balcão servindo uma refeição enquanto Fefeu desesperado miava exigindo pressa.  Olhei e não vi Cesar em parte alguma. Mamãe está falando com quem? Ela parou  e começou a rir, " eu sempre troco, na hora de chamar Fefeu, chamo  César". Saí sorrindo, ora, pois, pois, veja, veja. A gente troca nome de filho com filho, de irmão por irmão, até de amigo com amigo, mas de gato com neto? Fefeu está com status!  Deixei a cozinha sorrindo e pensando sobre o ocorrido.  Pensei na necessidade que os homens tem de amar. Cada um de nós tem um talento, um dom, uma inclinação. Musica, desenho, pintura, mecânica, oratória, medicina, números, culinária, mas todos, sem exceção, nasceram para amar.  Está  na receita de um criador que é essencialmente amor.  Toda dor humana, toda tragédia, todas as angústias e falta de paz, passam, inevitavelmente  por ausência do amor. Ele tende a transbordar  e quando isso não é possível ele se encolhe e se volta para si mesmo, então se transveste de dor, de ódio, de rancor, de mágoas. Amor que represado, não consegue fluir. Amor que fica sufocado sob os escombros de uma vida cujas saídas foram coberta por pedras.  O Evangelho de Jesus é dinamite, dínamus,  poder e força que  é capaz de explodir montanhas de rocha e abrir o caminho para que o amor flua como águas vivas. Amor que se recebe, amor que se entrega. Amor que no coração dos homens respeita, cuida, confia, perdoa. Amor que é paciência, que não tem inveja, que não tem soberba, que tem boa postura, amor que não busca o interesse próprio, paciente, amor que se alegra diante da verdade, amor rocha eterna que tudo suporta,  e sofre e espera. Política, sistemas de governo, partidos, cores verde e amarela, ou vermelha, lemas e coalizões humanas ou de nações, nunca chegarão àquilo que sonham, um mundo melhor, enquanto ignorarem o primeiro mandamento.  O Regime político pelo qual todos se ofendem e magoam, não está na terra. É, na verdade, a profunda expectativa que todo ser humano possui do céu do Senhor.

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