Acabei de ler uma palavra jocosa sobre a discussão de ser a igreja um serviço essencial ou não. Digo que a igreja, de fato não é um serviço, mas é essencial. O que é essencial? Seria aquilo que possui magnanimidade por qualidade. É aquilo que faz muita falta por ser fundamental. É fundamental porque atua na estrutura da sociedade. Sim, igreja é fundamental! A igreja, durante a Idade Media, apesar de sérios problemas que enfrentou com líderes perversos, esteve presente na hora do nascimento, dos casamentos, da educação, nos hospitais, orfanatos e asilos. O Estado não estava presente então não havia quem cuidasse de tais registros e serviços . A igreja tem a palavra de esperança que desocupa vagas nas clínicas de desintoxicação de viciados. Na igreja existe a possibilidade de, em um só encontro, o doente achar cura, o viciado se libertar, o ladrão de não roubar, o assassino de não matar, o mentiroso de não mentir, o intriguento de não causar intrigas. Na igreja as pessoas aprendem a respeitar o próximo e cuidar dele. Na igreja as pessoas aprendem a não se embriagar, a não trair esposa, marido, filhos. Enfim, não há espaço para arrolar o valor da igreja de Jesus. A igreja está presente e sempre esteve, na morte oferecendo consolo de santas palavras de esperança que nos permitem enfrentar a morte sem enlouquecer. A história relata um episódio, ocorrido por volta do ano 1070, em que o Papa Hidelbrando entrou em conflito com o imperador Germânico e que, em represália retirou a Igreja do império. Sim, era uma questão tipicamente política, o imperador reivindicava o direito de nomear as autoridades eclesiásticas e o papa discordava. Com a retirada da igreja o império desmoronou. Corpos insepultos jaziam pelas ruas, Igrejas fechadas pessoas desesperadas, serviços essenciais indisponíveis, ninguém nascia, ninguém casava, ninguém morria, e a desgraça se alastrava. Valia a tônica dostoievskiana de que “se Deus não existe, tudo é permitido” . O Império Germânico ia se afundando e o imperador Henrique IV foi obrigado a ceder. Não estou discutindo a validade das medidas papais mas o fato é que a igreja conseguiu se livrar de uma das amarras do poder temporal e o Estado descobriu que não poderia viver sem a igreja. Sim, a religião é o ópio do povo pois ela oferece o remédio mais eficaz para dores e conflitos que a ciência jamais produzirá. Por fim digo, sim a Igreja é essencial. Agora, se templos devem abrir durante uma pandemia mortal, possibilitando e facilitando a disseminação da doença é outra conversa. É, quem sabe, ceder ao conselho do Diabo quando disse a Jesus que se fosse o filho de Deus, deveria lançar-se do pináculo porque Deus daria ordem a seus anjos para socorrê-lo. Talvez seja, em última instância, um grande pecado: aquele que Jesus não cometeu.” Não tentarás o Senhor teu Deus”, vencendo assim a investida de Satanás.
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